Registro de 1948, Pierre Verger |
“Atenção!
Recebemos azeite portuguez; sardinhas portuguezas e nacional; suco de tomate e passas; ervilhas americanas; ameixas secas; azeite nacional; manteiga em latas de quilo; balas cristalizadas; gins: Seagers, Fleischmann’s, Dubar, Cologne, (…); vermuth de todas as marcas; cervejas; alcatrão; copos de vidro; milho; arroz; cebolas; batatas; farinha; velas e toucinho.”
A bela foto, captada pelo fotógrafo, etnólogo, antropólogo francês Pierre Verger (1902-1996), em meados de 1948, tem como os atores principais os meninos com sua despreocupação e traquinagem típica de uma cidade que já não existe mais – de uma infância que já não existe mais. Contudo é impossível ficar indiferente ao variado cardápio da tradicional quitanda, típicas do centro da São Luís. São registros que trazem consigo a memória desses espaços, pertencentes à história de São Luís com sua sociabilidade, com suas cores e cheiros caleidoscópicos. Eram locais onde a cidade se fazia viva, com o vai e vem do comércio e das fofocas e do papo de gente grande e séria. Também chamados de “armazéns de secos e molhados”, eram típicos comércios do século XIX e da primeira metade do século XX, que comercializava uma série de itens: frutas, verduras, legumes, ovos, carvão, bebidas, grãos in natura e a granel ou azeite “por litro” até utensílios de uso doméstico… Pena que elas estão cada vez mais raras.
Imagem: fototeca da Fundação Pierre Verger. Atualmente parcela do acervo está em exposição virtual no sítio do Centro Cultural Vale Maranhão. Veja aqui exposição. (colorizada artificialmente).