A construção da Barragem do Bacanga

Visão da cidade de São Luís, tomada do outro lado do Rio Bacanga, onde ficaria a ‘cidade industrial’.

A Barragem do Bacanga quando construída foi considerada um dos marcos da engenharia local e do desenvolvimento do estado. As obras foram iniciadas em 1968 e concluídas apenas em 1973, por causa das diversas paralizações. Na ocasião a equipe de engenharia do estado optou pela barragem (e não uma simples ponte) pelo fato dela ser mais resistente à poderosa correnteza dos aguas do Bacanga. A ambiciosa obra, chefiada pelo então secretário de Viação e Obas Públicas do Estado, o jovem engenheiro civil Haroldo Tavares, teve como principal missão incentivar a expansão da então acanhada cidade. Pretendia-se abrir espaço para a ocupação da zona sul da ilha e promover a industrialização da área com empreendimentos diversos: um bairro operário (para 400 mil habitantes, falava-se na época), a universidade, galpões e usinas do distrito industrial, além do novo porto da cidade, o Porto do Itaqui. A partir dos anos 1970 as transformações promovidas por obras como a da barragem foram fundamentais para a transformação da fisionomia urbana da tricentenária cidade, uma vez que a partir dela, outros projetos econômicos (nem todos bem sucedidos, é verdade) foram elaborados no Maranhão daqueles anos – o tempo dos “grandes projetos”. Paralela à busca pelo desenvolvimento econômico, a ocupação das áreas também foi sensivelmente incentivada, com a transferência de populações palafitadas do centro bem como pela expressiva chegada de migrantes do interior do estado na busca por dias melhores - que nem sempre chegavam. Tal incremento populacional foi causa e efeito da ocupação/formação de uma infinidade de novos bairros populares, integrantes do eixo Itaqui-Bacanga.

As fotos foram publicadas originalmente pelo Correio Brasiliense e republicadas pelo O Imparcial (ambos do então poderoso conglomerado de mídia do Assis Chateaubriand) no ano de 1968. (As imagens foram coloridas artificialmente).