Engenheiro-Urbanista José Octacílio Saboya Ribeiro, em 'cliché' publicado pelo jornal 'Acção', outubro de 1936.
“Preparem-se os homens. Criem-se os técnicos. Eles organizarão. Da organização
virá a riqueza. E tudo mais – política sã, liberdades etc. – virá de acréscimo” ...
As palavras em tom de premonição de Anísio Teixeira, no início dos agitados 1930
davam a dimensão da importância que os novos saberes técnicos e modernos deveriam desempenhar naqueles anos. E em nome dessa missão sagrada de modernizar o país os engenheiros, arquitetos e urbanistas deveriam contribuir fortemente com os novos rumos do país. E é nesse cenário que chega a São Luís em setembro de 1936 o engenheiro e urbanista cearense José Octacílio Saboya Ribeiro (1903-1969), indicado pelo governador (também modernizador) Paulo Ramos. Esses dois personagens iriam imprimir novos modos para a administração da cidade, cujas novas normas concediam plenos poderes aos governos municipais para efetuar as desapropriações que visavam ao
interesse público, em torno do projeto maior: a reformulação da cidade. Na qualidade de prefeito de São Luís, no breve e intenso período entre setembro de 1936 e julho de 1937, deixou na capital importante legado para a expansão das vias urbanas da cidade.
Na ocasião, pretendia executar um verdadeiro "bota-abaixo", similar ao carioca do início do século XX, na velha capital - a ideia mais controversa era demolir a Catedral da Sé para no local construir a continuação da avenida Pedro II; naturalmente muitas foram as vozes contrárias aos sofisticados projetos. Outros tantos projetos foram, de alguma forma executados, como a construção da Avenida Getúlio Vargas e Magalhães de Almeida (a última era chamada na época de avenida 10 de novembro). Vítima de constantes ataques da Associação Comercial - através dos jornais - acabou sendo demitido pelo governador da época, Paulo Ramos - poucas semanas depois seu lugar foi ocupado por alguém mais habituado com as intrigas locais, o médico "nova-iorquino" ( futuro reitor da UFMA e Governador do Estado) Pedro Neiva de Santana.
Com informações do artigo José Octacílio Saboya Ribeiro: o saber urbanístico e as
propostas de reestruturação de São Luís do Maranhão durante
a Era Vargas
de Marcelo Lima Costa.
