Imponente edifício situado entre
as praças Benedito Leite e Dom Pedro II, o Palácio do Comércio – também chamado
de “Palácio Encantado da Cidade” – foi inaugurado em 1943 para servir como a
nova sede da Associação Comercial do Maranhão; sua construção representou para
a elite de São Luís dos anos 1940 um elo com a modernidade arquitetônica
daqueles anos e, mais que isso, um novo espaço moderno para a grã-finagem da
cidade. Além da sede do órgão de classe, o prédio contava com uma série de
funcionalidades para divertimento das classes abastadas da capital: um
restaurante, um bar, cassino e, naturalmente, o hotel. Dessa forma, o “novo”
Hotel Central, como foi popularmente chamado, transformou-se num símbolo de
luxo, glamour e retrato de uma sociedade que tinha nos seus prédios em Art-Déco seus principais símbolos de um
desejado espirito cosmopolita. Naturalmente nem todos podiam frequentar aquele
espaço moderno com suas badaladíssimas ‘noites festivas’. Para os demais
restava, com muitas ressalvas, circular pelos espaços modernos sob a sempre
vigilante polícia, refletindo os dias de autoritarismo da ditadura do Estado
Novo.
Durante boa parte do século XX o
edifício manteve sua imponência – embora sem o cassino – servindo de hospedagem
para muitas autoridades que chegavam a São Luís. Porém, entre os anos 1980 e
1990, o antigo hotel entrou em uma fase de declínio, sucumbindo à concorrência
dos hotéis mais modernos, na orla marítima.
As imagens, ambas publicadas em 'O Estado do Maranhão' mostram dois momentos dessa fase de decadência: a primeira, de 1987 não remete a qualquer refinamento; a segunda, de 1996, deixa transparecer os longos anos que já pesavam na estrutura de concreto armado.
A despeito disso, este que vos fala, fã incondicional do art-déco continua considerando o Palácio do Comércio um dos edifícios mais belos do centro da cidade.