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Marca do Cinejornal 'Brasil Hoje' da Agencia Nacional |
“São Luís, capital do Maranhão, guarda em cor e forma as imagens deixadas pelos portugueses dos tempos coloniais (...) e nesses últimos anos, a cidade teve consideráveis melhoramentos urbanísticos...”, diz a solene narração do Cinejornal “Brasil Hoje”, produzido pela Agencia Nacional, exibido em 1977.
Os anos 1970 foram marcantes
para a cidade de São Luís por vários motivos; havia a execução dos grandes projetos
(o Porto do Itaqui, a Ferrovia Carajás, a Vale do Rio Doce), a execução de
grandes obras de infraestrutura como a Barragem do Bacanga, a Construção de
novos Conjuntos Habitacionais, de novas e amplas avenidas e da Ponte do São
Francisco, que promoviam a expansão da então cidade acanhada para regiões cada
vez mais distantes. Porém toda essa efervescência tinha seu lado sombrio: foi a
partir desse período que o êxodo rural virou regra, fruto de um modelo de
desenvolvimento que não incluía a maioria da população. Com a intenção de
mostrar apenas o lado colorido dessa realidade, o regime militar lançava mão da
Agencia Nacional e de seus Cinejornais Informativos – espécies reportagens em formato de filme curto que eram
exibidos nas salas de cinema. Eles iam muito além da simples propaganda política
– tornaram-se belos registros do cotidiano, e de nossa história, recente.
O objetivo dos curtas-metragens
da Agência Nacional era a divulgação das realizações do governo através da
sedução das imagens em movimento, registros fotográficos e gravações em áudio. Apesar de serem populares e eficientes,
foram exibidos até 1979, antes da
massificação da TV. Por serem de responsabilidade estatal, eram sempre
elogiosos ao governo federal e aos governos estaduais. Muitos deles tiveram
como tema o Maranhão, especialmente São Luís, sempre mostrando as iniciativas
dos governantes, eventos ou até mesmo a visita de algum político influente.